Terrorismo volta à Irlanda do Norte e a herança de Tony Blair

Dois mortos e 4 feridos em um ataque à base militar de Co Antrim, a pouco mais de 25 km de Belfast, Irlanda do Norte, informa o Observer.

Por enquanto, nenhum grupo assumiu o atentado, mas o medo é que seja o começo de uma campanha terrorista promovida por dissidências do IRA contrárias ao acordo de paz selado na Sexta-feira Santa de 1997.

Two soldiers die in attack on army base in Antrim | UK news | The Observer

The killings come just 48 hours after Northern Ireland's chief constable, Sir Hugh Orde, warned that the dissident terrorist threat was at its highest level since he took over seven years ago. Observers fear it could signal an upsurge in the campaign by splinter IRA groups to destabilise the political settlement that has Sinn Féin sharing power with its Unionist enemies.

Orde also confirmed that undercover British army troops were on paramilitary surveillance duties in Northern Ireland.

Nobody has yet claimed responsibility for the attack but security sources said the incident was undoubtedly the work of dissident organisations opposed to the peace settlement .

Orde's warning was prompted by intelligence reports that two republican splinter groups, the Real IRA and the Continuity IRA had recruited experienced, seasoned, ex-Provisional IRA veterans to its ranks recently.

Para a maioria dos brasileiros, o desgaste político nos últimos dos 10 anos que Blair permaneceu no poder, principalmente depois da invasão do Iraque, passou despercebida.

O líder carismático e sorridente que fez um discurso bonito quando a Princesa Diana morreu foi o primeiro ministro trabalhista mais impopular desde a Segunda Guerra Mundial.

Blair chegou a registrar aprovação de apenas 23% da população e passou o comando do Reino Unido para o escocês caolho com 33% de cidadãos satisfeitos.

Para o povo de lá, governo Blair ficou marcado pelo apoio às mentiras descaradas criadas pela turma do baby Bush para ocupar o Iraque, pelos escândalos de corrupção (venda de vagas na Câmara dos Lordes, Milhão de Pounds do Bernie Ecclestone), construção de elefantes brancos (Millenium Dome), ataques às liberdades civis usando a desculpa de "Guerra contra o Terror", excesso de maquiavelismo no tratamento da imprensa, etc.

De positivo, tinha ficado o período de crescimento econômico e a paz na Irlanda do Norte...

A crise tá batendo por lá muito mais forte do que aqui. Não falta gente culpando as políticas "excessivamente liberais" do passado pelos problemas atuais.

O Brown provavelmente já teria caído se os conservadores tivessem alguma alternativa mais séria que o David Cameron.

A paz na Irlanda do Norte é a única herança que o Tony Blair não precisava defender.

Atualização

O Sinn Féin condenou, mas está em situação delicada... vale ler o comentário do professor Paul Bew no Times

Thus far that leadership has felt able to condemn the attacks of dissident republicans. But there are two fiendish complications this time. First, the target is the British Army not the local police force. Ideologically speaking the dissidents have now challenged Mr Adams in a way the murder of fellow Irishmen would not have done. This is a decisive moment in the history of the “Brits Out” mentality in Northern Ireland.

That is why Mr Adams is careful to denounce the murders as counter- productive in the struggle for Irish unity. But he has also said that they were wrong and more important that he supports the police in the apprehension of the killers.