o poder do amor e do clamor

Para quem acompanha, desde o princípio, as notícias sobre o desenrolar do caso Isabella, é inevitável deixar de imaginar que, se realmente as famílias e os advogados do casal soubessem e acreditassem na sua inocência, já teriam movido mundos e fundos (literalmente falando) para descobrir o verdadeiro assassino. É lógico concluir que, se as famílias Nardoni e Jatobá, junto com a poderosa equipe de competentes advogados de defesa do casal, se dedicassem a encontrar a tal "3a. pessoa" (cuja existência são os únicos a defender), com o mesmo tempo e empenho (inclusive financeiro), que dedicam a tentar, inútil e inescrupulosamente, soltá-los e provar sua inocência, inclusive querendo contratar peritos particulares para rebater cada laudo, certamente, se essa "3a. pessoa" existisse, já a teriam encontrado. Vamos torcer para que, no decorrer dos anos até que ocorra o julgamento, a defesa, em desespero, sempre à sombra da eterna desculpa do profissionalismo, movida por valores duvidosos e municiada financeiramente, não acabe por simplesmente "contratar" a tal "3a. pessoa" para inocentar definitivamente o casal, a exemplo do que aconteceu no 2º. julgamento que, para indignação de toda a sociedade do Brasil, do exterior e do próprio presidente Lula, inocentou o fazendeiro mandante do assassinato da missionária na região norte. Precisamos acreditar na Justiça e nos políticos deste país que, como estamos vendo agora, quando realmente querem mudar a lei ou manter alguém preso, eles conseguem com facilidade até surpreendente. Quando não há vontade, surge na Justiça e na Política, uma interminável sequência de Habeas Corpus, recursos, votações, abstenções e comissões, que não levam a lugar algum. Ou seja, dá pra mudar tudo isto que está errado, sim, e rapidamente, bastando para isso, quem tem o poder, querer. E cabe à sociedade, a mobilização para pressionar, já que, como estamos vendo, nada aconteceria sem o tal "clamor popular", pois o mundo não é ruim porque o mal impera, mas simplesmente porque os bons estão calados. (17/05/08)