nem totus quis forensis est moral ou nem tudo que é legal é moral (tony portugal)

Devido à repercussão do meu último artigo, "A Justiça Brasileira é Cega e foi atirada do 6º. Andar!", causando indignação aos defensores do casal e a vários doutores advogados criminalistas, cabem as ponderações a seguir. Realmente, o pré-julgamento que a sociedade brasileira tem feito a respeito do caso Isabella, é profundamente condenável, especialmente do ponto de vista jurídico e legal. Afinal o pai e a madrasta da menina são seres humanos, e como tal, merecem respeito e consideração. A menina devia ser uma simples boneca então - apesar de que nem a boneca tiveram coragem de atirar pela janela na reconstituição. Todos os indícios levam a crer na existência de uma terceira pessoa na cena do crime, e inocentam o pobre casal, que já está sofrendo cárcere privado, sem que ninguém respeite a sua dor, pois também são vítimas, por perderem de forma tão trágica, a filha e enteada que tanto amavam. Vejamos a seqüência dos acontecimentos, segundo a própria defesa, deixando de nos ater, por hora, ao depoimento de testemunhas, já que são, na maioria, somente auditivas e podem ser facilmente desqualificadas, bem como o restante dos laudos e evidências que, por sua fragilidade, carecem de consistência e confiabilidade, já tendo, por esse motivo, a defesa, devidamente abalizada pelo abastado genitor do pai, contratado o dispendioso trabalho de peritos particulares, encomendando novos laudos e contraprovas que desacreditem a investigação policial, recheada de falhas e incoerências, dirigida equivocadamente, tão somente de maneira monofocal. Deste modo, é absolutamente factível, que o "assassino terceira pessoa", entrou no prédio e subiu ao apartamento, sem ser visto pelo porteiro ou moradores, com uma cópia da chave, entrando sem deixar vestígios. Uma vez dentro do apartamento, ficou esperando escondido, já sabendo que o pai subiria sozinho com a menina dormindo no colo, a colocaria na cama do seu quarto, e desceria em seguida, para subir com a mulher e os outros dois filhos, que esperavam na garagem, o que daria ao "assassino terceira pessoa" pouco mais de 5 minutos para efetuar a seqüência seguinte, até que o pai voltasse com o resto da família. Depois que o pai desceu, apagando todas as luzes e trancando a porta, o "assassino terceira pessoa" acendeu todas as luzes, vestiu a camiseta e os chinelos do pai, foi até o quarto da menina, levou-a até à sala, golpeou-a na testa (provavelmente com a chave "tetra" extraviada do apartamento), fazendo-a sangrar, e estancou-lhe o sangue com uma fralda. Em seguida, colocou-a no colo, foi até próximo da porta de entrada, retirou a fralda, e começou a andar com ela pela casa, pingando sangue pelo chão em diversos lugares. Depois, colocou-a num lugar mais baixo, e começou a esganá-la com mãos femininas por diversas vezes. Largou-a no chão, encostada no sofá, provavelmente julgando estar morta e dirigiu-se à cozinha, onde sabia que encontraria uma tesoura, com a qual, indo ao quarto dos irmãos (cuja janela ficava sobre o gramado e não sobre o piso de granito, como a do quarto da menina), cortou a rede de proteção, fazendo um orifício suficiente para atirar o corpo. Voltou à sala, pegou a menina no colo novamente, já desmaiada e, subindo na cama, atirou-a pela janela, através do buraco na tela, tomando o cuidado de soltá-la de pé, segurando por último em seus pulsos, soltando um de cada vez. Depois, guardou a tesoura na cozinha novamente e começou a lavar algumas marcas de sangue no local, bem como a fralda utilizada antes, pendurando-a no varal para secar. Sem deixar o menor vestígio ou indicio da sua presença em nenhum lugar do apartamento, em seguida o "assassino terceira pessoa" saiu tranquilamente, sem roubar nada, tomando ainda o cuidado de trancar novamente a porta, saindo do prédio, mais uma vez sem ser visto pelos pais da menina, pelo porteiro ou por qualquer outro morador. Tudo isto em pouco mais de 5 minutos e não sem antes, de alguma forma, devolver a camiseta e o chinelo utilizados. Ao voltarem ao apartamento, o pai, a madrasta e os dois filhos, ao abrirem a porta (trancada), depararam-se com a cena dantesca, percebendo que a menina havia sido jogada pela janela. Na primeira reação de desespero, ainda no apartamento, resolveram utilizar o telefone fixo para ligar imediatamente para o genitor do pai, informando o ocorrido, já que julgaram de menor importância chamar primeiro o resgate. Ora, somente pessoas desprovidas de um dos hemisférios cerebrais, certamente o esquerdo, que rege a razão, pode duvidar desta tão consistente versão, dada pelos pais, que desde o princípio demonstraram grande coerência, mesmo profundamente abalados emocionalmente, como vêm demonstrando estar. Desta forma, parabenizo à brilhante e competente equipe de advogados do casal, que me fazem imaginar, entre outras coisas, que se tivessem defendido também os assassinos do menino João Hélio, teriam argumentado de imediato, que tudo foi acidental, que o menino ficou preso ao cinto por uma fatalidade, e que eles rodaram por quilômetros arrastando o menino pelo asfalto, simplesmente porque não perceberam nada, já que o barulho do trânsito em S. Paulo é intenso. Mas como, felizmente, os bandidos eram pé-de-chinelo da periferia e não tinham sobrenome ou título de "dotor", é óbvio que não contaram com os valorosos préstimos de nenhum "competente" advogado, e foram presos imediatamente, sem direito a qualquer recurso, artimanha, contra-laudo, ou qualquer entendimento das entrelinhas da lei que, teoricamente, deveria ser igual para todos. Pois é, nobres doutores, infelizmente, NEM TOTUS QUIS FORENSIS EST MORAL. (Criado em 01/05/08)

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Também estamos indignados com o laboratório defensivo desse casal!

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